Já há alguns anos, a Nintendo não é mais a empresa arrasa-quarteirão, dominante do mercado de games, que foi durante décadas. Ativa neste mercado há mais de 30 anos, a Nintendo tomou uma série de decisões controversas nos últimos anos, que afetaram negativamente as suas vendas (e seu lucro) e a imagem que o público tem da empresa. Abaixo listamos estas decisões, e explicamos causas e consequências. Confira:
Ascensão e queda do Wii
Famosa por ditar tendências inovadoras, a Nintendo realmente revolucionou o mercado de games com o Wii, fazendo pessoas que antes nem falavam sobre videogame se interessarem pelo produto.
Entretanto, a decisão de não suportar gráficos HD aos poucos foi afastando as desenvolvedoras third-party e os próprios jogadores, que mergulharam na imersão dos jogos para PS3 e Xbox 360. A Nintendo alega que só lançaria um videogame com tecnologia que todos tivessem acesso na época.
Jogos
Sem grande apoio das third-parties, os exclusivos da Nintendo não foram suficientes para manter os jogadores no Wii durante muito tempo. Quando Zelda: Skyward Sword (considerado por muitos o melhor jogo do console) foi lançado no fim de 2011, muitos jogadores já haviam migrado para outros consoles.
Foi um dos poucos lançamentos relevantes do ano, enquanto outros consoles recebiam Batman: Arkham City, Uncharted 3 e Skyrim na mesma época. A empresa precisava de um novo console para se manter no mercado.
Portátil 3D
Em 2011, a Nintendo já estava preocupada com outro console, o portátil 3DS. Embora a ideia de um console com efeito 3D estereoscópico sem óculos seja interessante, muitos jogadores tem dificuldade com o foco na tela, causando desconforto visual.
Aliado a poucos títulos no lançamento, o portátil só ganhou força no ano seguinte, após uma queda de preço, vários novos jogos e a versão XL, com tela maior. Hoje, o portátil já é um sucesso em todo o mundo, mas demorou quase dois anos para isso acontecer.
Falta de conectividade
Apesar do sucesso do Virtual Console – que levou ao Wii e 3DS jogos clássicos dos consoles da Nintendo, Sega, Neo Geo e muitos outros –, a falta de uma rede unificada de jogadores, como a PSN ou a Xbox Live, também afastou jogadores.
A justificativa era proteger os mais jovens de conteúdo ofensivo ou adulto, mas não foi suficiente para os hardcore, que também queriam recompensas como troféus e achievements. Hoje, o Wii U possui sua própria rede social, o Miiverse, com fóruns de jogo e vários outros recursos.
Negativismo
Muitos analistas de mercado, jogadores e membros da imprensa especializada afirmam que a Nintendo tem um futuro incerto. Outros, mais radicais, dizem que a empresa deveria fazer como a Sega – sair do mercado de hardware e se dedicar somente a jogos, principalmente para smartphones e tablets.
Apesar de inovadora, a Nintendo é uma empresa muito tradicional em diversos aspectos, e dificilmente vai abandonar a ideia de criar sistemas novos. A boa notícia é que ela está se adaptando aos poucos.
Concorrência
Com a necessidade de lançar um novo console, a Nintendo teve a oportunidade de desenvolver um sistema com o máximo da tecnologia gráfica atual, mas em vez disso apostou novamente em jogabilidade. O Wii U é, de maneira geral, mais potente que PS3 e Xbox 360, mas as diferenças visuais ainda são muito poucas.
O console ainda possui poucos títulos atualmente, e jogos aguardados, como Pikmin 3 e The Wonderful 101, foram adiados. Só o tempo dirá se o console será capaz de competir com PS4 e Xbox One, quando Nintendo e as third-parties explorarem todo o potencial do console.
Será o Wii U capaz de competir com os novos consoles? (Foto: Divulgação) |
Marketing
Com o Wii U, a proposta da Nintendo era reunir os melhores recursos do Wii e do DS em um único console. Funcionou, mas a publicidade da empresa falha em mostrar os diferenciais do console, e as vendas estão muito abaixo do esperado.
A própria Nintendo já declarou que muitos ainda acreditam que o Wii U é apenas um novo controle, com touchscreen, para o Wii. Ela reconhece o problema, mas pouco faz para resolvê-lo. Muitos acham que a empresa está perdida entre promover o 3DS e manter o seu sucesso, ou promover o Wii U e alavancar suas vendas.
A E3 2013
A Nintendo decidiu não realizar a tradicional conferência aberta na E3 deste ano. Em vez disso, a empresa realizará dois eventos menores, para imprensa e investidores, e continuará realizando as transmissões Nintendo Direct periodicamente, para a internet, ao longo do ano.
É possível que a Nintendo prefira um contato direto com o seu público, em vez de criar uma grande apresentação, que provavelmente será ofuscada com anúncios da Sony e Microsoft. É uma atitude ousada, mas a Nintendo é famosa por fugir dos padrões e por decepcionar em edições anteriores da E3.