Tales of Xillia 2 é a continuação do primeiro jogo da série Tales feito especificamente para o PS3. No evento da Namco Bandai o TechTudo pôde pôr à prova a mais nova adição desta longuíssima franquia de RPGs, e precisamos dizer: há uma certa confusão sobre as intenções da empresa com relação à série. Veja o que achamos do game:
Tales of Xillia 2: testamos o novo RPG exclusivo para PlayStation 3 (Foto: Divulgação)
Lançado no Japão quase um ano e meio atrás, Xillia 2 se apresenta de forma imediata como uma melhoria sobre o original: mais cenas em anime, uma batalha mais dinâmica ainda, uma exploração ainda mais profunda sobre os paradoxos de espaço-tempo que guiaram a história de seu antecessor.
Mas, em um teste breve, fica difícil dizer se isso é verdade: o jogo tem um visual muito parecido com o anterior, mesmo nos menu e interface, e a maior parte dos cenários é literalmente copiada e colada do jogo anterior. Mesmo que tenham sido bem feitos, a impressão que isso passa é a de desleixo.
Muita coisa foi aproveitado do primeiro. Monstros e mapas repetidos imediatamente expõem a fragilidade desta nova edição, que é agravada pelo uso dos mesmos mecanismos de enredo: dimensões, fendas no universo, múltiplas versões de uma pessoa etc. É preciso dizer, aconteceram duas mudanças importantes nesse departamento, e não necessariamente positivas: a primeira, muito interessante, é a incorporação de árvores de diálogo às cenas de conversa, que aparecem a cada fala do protagonista Ludger.
Tal qual o primeiro Tales of Xillia, o jogo busca uma aparência de anime a todos os momentos (Foto: Divulgação/Namco Bandai)
Escolhidas com R1 ou L1, as opções levam fazem os eventos desenrolarem de forma diferente e, segundo a Namco Bandai, terão consequências de longo prazo no jogo. A segunda alteração, no entanto, é bastante inoportuna: o protagonista não apenas é mudo por todo o jogo, mas quase desprovido de reações emocionais, a não ser aquelas escolhidas pelo jogador. Num universo em que todos falam e o seu personagem está bem ali na tela para que você observe, essa decisão não faz o menor sentido. Menos ainda quando consideramos que, segundo sites japoneses, todas as falas do protagonista já estão gravadas no disco, disponíveis apenas para quem terminar o jogo.
O sistema de batalha merece elogios pela nova elaboração, que constrói sobre o esquema básico da série Tales – move-se o personagem com a alavanca, alguns botões realizam ações básicas em tempo real, e o resto é definido via menus. Câmeras e movimentação fluida chamam a atenção, dando um aspecto de anime, assim como o detalhamento dos personagens e uma variedade de golpes que rivaliza os melhores jogos de ação de geração.
A diferença é que houve o acréscimo de um sistema de fraquezas bastante relevante, que enriquece a partida: inimigos pesados sofrem mais com marretas, os mais ágeis temem espadas, os voadores são vulneráveis a armas de fogo. Todos os ataques caem nessas três categorias e, a cada nova formação de oponentes, as necessidades mudam. Um novo menu, definido no direcional, dá ordens para os personagens ajudantes, como “Defender” ou “Atacar o mais forte”.
Há também uma barra de especial que dispara, ao ser acionada, um super ataque invencível muito impressionante, que entra como novo elemento estratégico nas lutas com oponentes mais perigosos. E, naturalmente, os ataques combinados entre múltiplos personagens estão presentes, como em qualquer jogo da franquia, levando aquele momento majestoso para a briga.
Houve um real aprimoramento na fluidez dos combates, que agora contam com três tipos de fraquezas para aumentar o desafio (Foto: Divulgação/Namco Bandai)
Relatos japoneses indicam que a campanha principal, por si só, custa mais de 20 horas ao jogador dedicado, alternando entre as belas metrópoles futuristas e a desolação de Elenpios. Fora isso, há uma infinidade de side quests e um novo sistema de evolução, nomeado Aerosoul, que em muito lembra Final Fantasy X: entre seis caminhos selecionáveis a serem traçados, o jogador pode depositar seus pontos experiência, cada um dando acesso a novas habilidades.
Por fim, a trilha sonora segue os passos do primeiro Tales of Xillia, unindo rock e música orquestrada de forma bastante orgânica, seja nos campos verdejantes ou no meio de uma batalha de vida ou morte. A dublagem, por ainda estar em japonês durante nosso teste, é impossível de comentar, pois o jogo estará em inglês quando chegar ao Brasil. Mas pode-se dizer que, pelo menos no Japão, ela tem aquele aspecto melodramático forçado dos animes. Há quem goste, há quem não.
Tales of Xillia 2 chegará ao Brasil em 2014, exclusivo para o PS3, e ainda não tem data precisa definida. Embora nada tenha sido definido pela Namco Bandai em termos de distribuição, é bom lembrar que o jogo anterior foi lançado em disco e via download na PSN, então seria uma aposta segura acreditar que o mesmo será feito com o segundo.