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Review Dragon Quest 8

Dragon Quest 8: Journey of the Cursed King é a adaptação de um clássico do PlayStation 2 para Android e iOS. A lendária franquia de jogos de RPG, Dragon Quest, que tem participação de Akira Toriyama, criador de Dragon Ball Z, chegou aos smartphones e tablets de forma surpreendente. Com gráficos idênticos a versão para consoles de videogames, Dragon Quest VIII é um RPG com jogabilidade clássica, cuja principal qualidade é manter o jogador entretido por muitas horas.
Dragon Quest é uma série de RPG que conta com a participação do criador de Dragon Ball Z (Foto: Divulgação)Dragon Quest é uma série de RPG que conta com a participação do criador de Dragon Ball Z (Foto: Divulgação)

Visual impecável e cativante

A série de jogos de RPG Dragon Quest não é tão conhecida no ocidente quanto Final Fantasy, o que é uma baita injustiça. Curiosamente, Dragon Quest é anterior à Final Fantasy, tendo seu início em 1986, um ano antes de Final Fantasy chegar as prateleiras.
Foi um dos primeiros projetos da Enix, isso muito anos antes da fusão com a Squaresoft, dando origem a empresa que hoje detém essas duas franquias, a Square-Enix. No Japão, Dragon Quest é tão aclamado quanto Final Fantasy, o que já rendeu várias obras paralelas como mangás, animes, brinquedos e muito mais.
Por problemas de marca registrada, a série Dragon Quest nunca teve o tratamento que merecia no ocidente, acentuado pelo fato de não apostar tanto no visual como a “rival” Final Fantasy. Dos sete jogos anteriores a Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King, apenas cinco chegaram ao ocidente e ainda com o nome trocado para “Dragon Warrior”.
Mas desde 2005, a série “renasceu” no ocidente, adotando o nome original e apostando em gráficos tridimensionais que se assemelhassem aos animes, utilizando a técnica Cel shading. Ficando a cargo de estúdio Level-5, Dragon Quest VIII finalmente conseguiu a repercussão que merecia, recebendo até uma conversão para Android e iOS. O game é praticamente idêntico ao do PS2, mantendo a qualidade gráfica, mas perdendo alguns efeitos visuais e, mas notadamente, a dublagem nos diálogos.
Dragon Quest VIII é o mesmo jogo que foi lançado em 2005 para Playstation 2 (Foto: Divulgação)Dragon Quest VIII é o mesmo jogo que foi lançado em 2005 para Playstation 2 (Foto: Divulgação)
Na história de Dragon Quest VIII, o jogador controla um herói sem nome. Sua missão é ajudar uma princesa e seu pai, o rei, que foram transformados em um cavalo e um monstro, respectivamente. Para quebrar o encanto, é preciso derrotar o mago que o fez (supostamente). Com a ajuda de Yangus, os quatro partem em uma jornada pelo vasto mundo do jogo.
Com um enredo repleto de candura, Dragon Quest VIII cativa a criança interior de qualquer um. O que reforça ainda mais essa impressão, é o character design que ficou a cargo do mangaká Akira Toriyama. Por isso, os personagens do jogo não podem ser descritos como nada menos que fantásticos. Carismáticos e repletos de cores vibrantes, os personagens do jogo chama a atenção do jogador. Tudo isso, torna Dragon Quest VIII um dos RPGs para Android e iOS mais visivelmente gratificantes.

RPG em turnos, clássico ao extremo

Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King conta, apesar do visual renovado, com uma jogabilidade extremamente nostálgica. Trata-se de um RPG com combates em turnos e curva de dificuldade elevada, que demandará muitas horas para evoluir os personagens. O jogo não possui com sistema de classes, mas detém um sistema de habilidades, cuja distribuição dos pontos pelo menu de habilidades, possibilita adquirir novos poderes e magias.
O começo da aventura é um pouco complicado, pois o game irá exigir paciência do jogador que não está acostumado ao fracasso. Também é exigido uma atenção especial aos diálogos, pois Dragon Quest VIII não apresenta nenhum tipo de dica, marcador para orientar o jogador. Caso não preste atenção, o jogador ficará perdido facilmente.
Dragon Quest 8  (Foto: Divulgação)Dragon Quest 8 (Foto: Divulgação)
Nos combates, Dragon Quest VIII também apresenta vários elementos que remetem diretamente aos primeiros jogos da franquia. No início, você não está superpoderoso como na maioria dos RPGs atuais. Você começa com golpes simples, que tiram apenas alguns pontos de energia dos inimigos. Já os inimigos, podem desferir golpes com quase a mesma intensidade, fato este que obriga o jogador a comprar muitas ervas de cura e visitar estalagens várias vezes.
Como um bom RPG, seu grupo começa pequeno e vai aumentando a medida que a história se desenrola. Além dos quatro personagens principais: O héroi, Yangus, Jessica e Angelo. Vários personagens secundários serão adicionados de forma momentânea, esses personagens geralmente importantes na história, devem ser levados de um lugar para outro.
Talvez um dos únicos diferenciais do jogo Dragon Quest VIII é o sistema de Dia e Noite. Apesar do recurso já ter sido utilizado em outros games, aqui algumas missões e principalmente lojas da cidade só funcionarão durante o dia. Também é possível notar que a noite, os monstros são um pouco mais fortes do que durante o dia.
Controles estranhos são uma das únicas deficiências do jogo (Foto: Divulgação)Controles estranhos são uma das únicas deficiências do jogo (Foto: Divulgação)
Em um certo ponto do jogo, o jogador irá receber um pote de alquimia. Esse pote permitirá combinar itens. Algumas combinações demoram bastante tempo. Para encontrar dicas de como fazer as combinações, o jogador deverá recorrer a vários livros e panfletos escondidos.
Dragon Quest VIII ainda conta com um modo arena escondido. Nele, o jogador pode utilizar monstros, derrotados durante o jogo, em combates em uma arena. Contudo, esse modo é mais dedicado a diversão e não tem impacto direto no desenrolar do game.

Comandos e estilo de visualização polêmicos

Algumas coisas pesam negativamente contra esse clássico. Embora seja indiscutível sua qualidade no PS2, nos smartphones e tablets, muitas pessoas não gostaram do modo como visualizar o jogo. O modelo de visualização adotado foi com o celular ou tablet na posição vertical.
Em um smartphone, esse tipo de jogabilidade até faz sentido, mas em um tablet, para um RPG, é algo bastante cansativo, devido a sessões de jogo demoradas. Visivelmente, o jogo não aproveita o tamanho da tela dos tablets e tudo parece grande demais.
Os controles também são bastante deficientes. Alguns menus são confusos, e precisam de atenção extra no começo do jogo. Leva um tempo até se acostumar aos comandos de Dragon Quest VIII, e não estamos falando de pouco tempo.
Visual de cair o queixo (Foto: Reprodução / Dario Coutinho)Visual de cair o queixo (Foto: Reprodução / Dario Coutinho)

Jornada longa

Seguindo apenas os eventos principais, Dragon Quest VIII irá consumir facilmente 50 horas da sua vida. Para completar tudo que há no game, serão necessárias outras 50. Longe de ser maçante, essa longa aventura demonstra que o jogo se paga muito bem.
Mas o começo poderá enganar jogadores que buscam uma diversão casual, Isso por que as batalhas são aleatórias e no começo, você deverá cobrir todas as distâncias a pé. Mas lá pelas três horas de jogo, já é possível adquirir a magia “Zoom” do seu herói, que possibilitará voar de um lugar para outro, economizando muito tempo.

Conclusão

Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King é um jogo que só pode ser criticado pelos controles e modo de visualização, nunca pelo seu preço. Clássico em cada elemento presente na tela, o game é uma prova de que jogos de RPG são excelentes nos smartphones e a nova geração de aparelhos já está pronta para mais clássicos do PlayStation 2.


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